domingo, 22 de maio de 2016

BIME #11 - Luna.

Não tenho certeza do que foi isso. Era pra ser uma crônica, mas acabei escrevendo o que tá aqui e resolvi chamá-lo de BIME. Então, como vocês estão, meus amores? Eu tô bem, cheia de energia no-romo e enfim, espero que vocês consigam entender a mensagem do texto. Melhor ainda: interpretem-o como quiser.


 
~todos esses humanos desejando um ao outro com tristeza em seus corações e mãos entre suas coxas~

Fale sobre amor, eles pediram.

Não diretamente, mas a forma animalesca com que seus olhos nos fitavam deixava implícito o que queriam.

Nos fale sobre amor, desperte uma emoção, faça com que nós tremamos sob os calcanhares com o clímax da história. Nos conte sobre como Mocinha Indefesa foi salva por Cavaleiro Num Cavalo Mágico, ou dê um toque moderno e faça com que o contrário aconteça.

Mas ainda, nos fale sobre amor.

Amor quente, bruto. Ou doce, baunilha. Nos dê momentos de tensão, saudade, movimentos impensados; tudo em prol de salvar o amor verdadeiro. Se quiser, salve uma menina. Deixe que o príncipe largue a princesa por seu bobo da corte — dizem que isso traz ibope da população teen. Mas nos fale de amor.

Não nos conte sobre batalhas internas, lutas diárias contra seus próprios demônios. Não. Sua história só será validada após encontrar o Amor de Sua Vida. Crie uma personagem e torne-o desnecessário se não para amar alguém.

E quanto a mim, nós perguntamos, o que faço comigo?

Não faça nada, responderam. Ou melhor, faça amor. Crie seu mocinho e faça com que ele lhe salve de seus próprios demônios.

Mas e se nós não quisermos ser salvos?, contestamos.

Se quisermos salvar a nós mesmos?, rugimos.

Vocês não podem, eles afirmaram. São incapazes de fazê-lo sozinho, infiltraram em nossa cabeça. Nos chamaram de incompetente (adj. Que não possui competência; inábil.), que sem nosso amor somos ninguém. Precisamos agarrar a ideia distorcida e vaga de um cavaleiro e seu cavalo branco.

Aos poucos, vocês foram acreditando. Passaram a crer que seus demônios precisavam ser enfrentados por outra pessoa, achavam que suas lágrimas seriam enxugadas por outras mãos; e ficam nessa tortura eterna, esperando pelo dia que pontas dos dedos aquecerão o rosto e um beijo selará a história de sua vida. Antes disso, essa tal história não existe.

Você está triste porque está sozinho.

Eles não aceitam a ideia de um ser independente, conquistando batalhas diárias e que não tenha um parceiro para dividir tudo isso.

Mas o que eles não sabem é que somos egoístas. Orgulhosos, até. Autocentrados demais para querer dividir as próprias conquistas. E, acima de tudo, sem tempo e paciência para esperar pelo dia que príncipe e princesa baterão em nossa porta para lutar uma batalha já vencida.

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