sábado, 30 de abril de 2016

Crônica (20) - Luna.

Oi, meus amores, tudo bem com vocês? Eu tô bem, acho. Finalmente, né. Enfim, tô aqui pra me falar de uma coisa que me agrada muito; amor. Amor platônico ou, para ser mais específica, amor não-romântico. Vocês vão entender mais adiante.


Amor é muito mais que sexo. Muito mais que um relacionamento romântico.

Amor é conhecer a pessoa. É saber pedir sua comida favorita no restaurante em que sempre vão, é lhe trazer o que gosta nas compras do mês, é ter cuidado para não selecionar nenhuma comida com corante porque você sabe que ela tem alergia.

Amor são os toques durante o banho, onde vocês se cuidam e se atentam a cortes e queimaduras na hora de passar sabão nas regiões das coxas e mãos. Amor é massagear seu couro cabelo e costas com as mãos cheias de shampoo, é secar uma a outra dos pés a cabeça com sorrisos serenos e sem esperar qualquer gesto em troca.

Amor é olhar para algo e lembrar de vocês juntas ou de algo que ela falara aquela madrugada, quando nenhuma das duas conseguia dormir. Amor é virar uma noite inteira maratonando séries enquanto gritam juntas por personagens e histórias que vocês um dia quiseram ter.

Amor é abrir a porta e tê-la te abraçando com os olhos inchados e cheios de sono e se sentir em casa. Amor é colocar roupas confortáveis e irem as duas tentar não provocar um incêndio na cozinha ao preparar macarrão instantâneo (no microondas), porque nenhuma das duas sabe fazer comida direito. Amor é colocá-la na lista de emergência de seu celular e emprego, ou pedir para que ela tome conta de seu gato gordo e velho enquanto vai numa viagem a trabalho. Amor é ter a segurança de que mesmo odiando aquele gato, ela irá cuidar dele como você mesmo faz.

Amor são sorrisos trocados de cada lado do sofá enquanto dividem pipoca e ouvem um programa pop qualquer. Amor é colocar sua música favorita no carro e ela não se importar, porque embora deteste aquela banda, gosta de ouvir o que tem dentro de sua cabeça.

Amor é vê-la chorar e segurá-la tão forte que as lágrimas não vão mais conseguir sair. É ouvi-la falar de seus problemas e medos, e de levá-la para o telhado onde vocês vão pôr um cobertor grosso no chão e assistir o céu na intenção de procurar por estrelas cadentes. Amor é vocês nunca acharem uma estrela cadente. Amor é fazer o pedido que estão querendo uma para a outra. E quando você diz que quer reencontrar sua família na cidade que deixou para trás, amor é chegar em casa no dia seguinte e encontrá-la com duas passagens na mão que ela comprou com o salário apertado.

Amor é você chorar de frustração por uma prova ou trabalho, e ela estar lá e te impedir de virar do avesso e estudar com você com post it's amarelos e xícaras cheias de chá verde.

Amor é um bom dia com mau-hálito de manhã, é um "tome cuidado" na hora de sair e um "como foi o dia?" quando você volta.

Amor é muita coisa, e amor não precisa ter sexo para se provar concreto. Tampouco romance.

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