Hailey é sobre um sentimento. Eu costumava chamá-la de pessoa, com um gênero próprio, um rosto, nariz fino e que transbordava qualidades. Mas aos poucos, um pouco relutante, eu fui pensando que as chances de eu encontrá-la, você, Hailey, eram mínimas. E que se isso viesse a acontecer (o que, embora descrente, eu ainda espero que aconteça), quais as chances de eu te encontrar de primeira? É um fato, eu me conheço – darei o nome de Hailey à todos os eles e elas que passarem pela minha vida, certa de que é você. Mas novamente, quais as chances? Eu sou distraída, desligada, chamarei este e aquele de Hailey e não vou notar quando ele torcer o nariz.
E quando eu te encontrasse, como que saberia que era você, e que não era algo passageiro?
Eu ainda sonho todos os dias em encontrar essa pessoa; que me abrace e me cuide e converse e que aceite minha recíproca, mais estranha que essa seja.
Mas a coisa é que, Hailey não é sobre uma pessoa. Hailey é sobre o sentimento. Aquele sentimento que eu já sinto sobre você, a pessoa, é que tem um nome agora. Quem é você? Eu não sei. O que eu sinto? Hailey.
Hailey é o sentimento que você sente onde o peito aperta, aquece, se contorce e protesta; por que vocês não estão se beijando nesse momento?! Hailey é sobre quando os eu te amo não fazem sentido. Quando a palavra amor em geral parece rasa demais para descrever um sentimento tão profundo. Hailey é se pegar sonhando acordado e fazendo todas aquelas coisas de quando se está amando, mas ficar frustrado porque, não!, a palavra não é amar. Amar é muito pouco para essa onda de calor desesperada que toma conta de você. Mas Hailey não. Hailey é preciso. E quanto a isso, eu sei que vou me enganar e entregar esse sentimento às pessoas erradas, até que você apareça e reivindique o nome como seu.
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