segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

BIME #7 - Luna.

Enquanto escrevia isso em fiquei em dúvida se seria uma crônica ou um post pro BIME, então tá meio que uma mistura entre os dois. Anyway, vou deixar a tag que está mesmo.
Eu culpo inteiramente o fato de amanhã minhas aulas voltarem para estar desse jeito, embora não tenha certeza absoluta de que esse seja o real motivo.



Quarta à noite, estão todos ao redor e você continua triste. Sábado de manhã, sentada no carro, cantando alguma música velha com o mar passeando pela borda da janela; sua amiga está no banco de trás e vocês acabaram de ter um final de semana inteiro na praia. E você continua triste. É ano novo, você está berrando em plenos pulmões sobre sobreviver por mais um ano, e é tão triste porque é tudo o que você consegue pensar. Em sobrevivência. Em lutar todo dia para passar por ele. Todo ano, em cada aniversário, virada e data festiva, tudo o que você faz é respirar bem fundo e agradecer por ter aguentando mais um pouco, o suficiente para estar ali. Mas de repente, raro mais ainda algo, você olha ao redor e não acha que valha tanto a pena. E você continua triste. Triste porque isso, essa condição, é devastadora. Já lhe deram remédio e você já cortou a pele com a própria unha, nada disso serviu. Tristetristetristetriste. Por que isso não vai embora, por que essa sensação parece gostar tanto de você? É um aperto na gargante e alguma relação com os olhos. Você só sabe parar um momento e expirar o ar pela boca. Você está sobrevivendo, e tenta fazer desse um pensamento feliz. Porque deveria, não era? Ser uma coisa boa, passar por dia após dia e continuar aqui. Com a segurança de que alguma coisa vai acontecer no seu futuro. Ou nada. E você está conformada com isso, está mesmo, mas continua. Triste. E as pessoas não têm noção do quanto essa palavra tem significado; é exatamente esse o sentimento. Encaixa direitinho. Não é derrota, ou algo cujo nome está por entre as páginas do dicionário, mas que você ainda prefere resumir para tristeza. Não, é triste mesmo. Em adição, você tem a melancolia. Ou subtraindo, quem sabe, essas coisas nunca aumentam nada na gente. Talvez tenha vindo antes, então, essa fase melancólica, ou seja a mesma coisa só que com um nome diferente. Para os outros, isso tem vários outros nomes. Fome, sono, cansaço. Não é nada, eu tô bem. Tô ótima. Passando por todo dia e sobrevivendo, como você bem (mal) sabe fazer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário