quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Crônica (11) - Luna.

Vamo combinar uma coisa básica, galerinha? Não comentem ou zoem com o trauma de alguém. Tipo, não. Mesmo se isso parecer a coisa mais ridícula para você, ainda é um trauma e ainda afeta a pessoa e é horrível ter que ficar lembrando disso 24/7. E eu pretendia postar umas dicas aqui hoje, mas resolvi postar uma crônica que eu escrevi no *eu acho* domingo e que ficou aqui apodrecendo. Mas eu provavelmente posto ainda hoje mais três coisas porque parece que a inspiração brota quando eu tenho prova e eu sou isso. É. I dont give a fuck anyway.



Diziam que não era amor o que ela sentia.
Quando perguntava, então, que diabos era esse tal de amor, lhe respondiam "aquele sentimento que enche o peito e faz os olhos brilharem, que treme a mão e afeta as funções da fala", e o curioso é que era exatamente aquilo que ela sentia.
A voz que falha, o coração duplicando de tamanho, a queimação nos olhos e tudo de novo e de novo, toda vez que ela ouvia a voz dele. Do nome de seu amor. Até a forma como ela o dizia era diferente, como se tivesse medo de deixá-lo escapar pela boca.
Se perguntassem o que ela fazia, responderia: Amava. Frequente, constante e profundamente. Todo dia, sem parar. Havia sequer um momento onde ela não pensasse nele? Naquele nome? Até de noite, quando a mente tomava uma pausa de tanto pensar, o coração continuava bombeando, amando.
Era diferente de antes. Ela não saberia dizer como, porque a verdade é que ela não lembrava do antes, de como era não amar. Mas era como se o céu estivesse mais azul, e o sol mais brilhante, as nuvens mais brancas e os passos mais leves a cada pisada. Esse tipo de clichê que você já deve ter ouvido.
E ela estava amando.
Deus do céu, ela estava amando. E doía como o inferno; mas era a melhor coisa que já lhe acontecera. Amar fora o melhor de seus erros, e o pior de seus acertos. E ela não lembra exatamente de como descobriu - honestamente, ela não lembra de nada. Que estava amando, eu digo. Mas foi como se, em algum ponto de um dia qualquer, todas aqueles versos clichês daquela música de amor começassem a fazer sentido.
E não era um amor convencional. Tudo que dizia lembrava-a dele, daquele nome, tudo o que pensava era sobre ele, tudo o que fazia era em função daquele amor. Ele era seu sol, e ela um mísero planeta miúdo gravitando em torno de sua órbita.
Ela sofrera, amara, chorara e se apaixonara, e de repente um sujeitinho de meia tigela achou que tinha peito para chegar até ela e dizer que aquilo não era amor. Que ela era muito nova, que aquilo era muito prematuro. "É só uma fase, querida." Querida. Só uma fase. É claro. "Me fale mais sobre isso, estou amando."

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