terça-feira, 19 de dezembro de 2017

milk & honey // luna.

comecei a ler hoje rupi kaur e me inspirei.


más concepções sobre o amor
amor é essa coisa
pequena e frágil*
que a gente fingiu conhecer
*amor é essa coisa resiliente
que preenche seus espaços mais vazios
que te faz sentir inteira para sua outra metade
porque ela é completa para você

quem nunca esteve aqui
você me disse
estou indo
e eu te olhei meio incerta
porque nunca lhe vi aqui em primeiro lugar
(e eu tentei te fazer ficar
embora não sentisse sua presença
desde que você falou que me queria por perto)

estou cansada de me sentir feito recipiente vazio
que não tem nada para oferecer
que se preenche com outras metades
que contém componentes alheios
será que já chegou a hora de eu me preencher?

acho que estou sempre um pouco atrasada
minha boca nunca conheceu nenhuma outra como a sua
e talvez por causa disso, por essa falta de familiaridade
tenha sido tão difícil para mim reconhecer em você esse encaixe
(no entanto, foi algo fascinante, tê-la sentido pela primeira vez
passou pela minha cabeça, se sentir inteira é isso?)

eles me disseram para tirar algo bom de toda situação
a coisa mais fascinante sobre um amor que acaba é que
embora a dor de perdê-lo pareça permanente
uma vez que ela se vai
são as lembranças que ficam
(essas são boas memórias)

como um amor acaba
a coisa mais cruel que você pode fazer a um amor
não é regá-lo com ódio
ódio é uma chama ardente que se alimenta da própria essência
mas uma vez que não tem mais o que consumir
desparece
a coisa mais cruel que você pode fazer a um amor
é contentar-se com ele
(você estabelece aí seu fim iminente)

eu te amo (esse é um dos vários que eu guardei em minha boca quando devia tê-los falado para você)
talvez porque
as palavras de afeto que saem da boca da minha mãe
em direção ao meu pai
sejam para mim tão estranhas
eu nunca tenha aprendido
(porque você aprende com exemplo)
a dizê-las a você

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