segunda-feira, 14 de março de 2016

Crônica (18) - Luna.

Eu acabei de escrever isso, sei lá porquê. Desculpem os erros e etc e pá. Tá bem curto e, enfim, é meio que um bime em forma de crônica.




- Eu estou com medo. - Sussurro, minhas digitais brincando com a luz de sua lanterna na escuridão do quarto. - Estou com medo porque hoje, durante o almoço, vi um homem olhar para sua mulher com os olhos mais frios e sem expressão que já vi. Estou com medo, porque esse mesmo homem diz que a ama. E essa mesma mulher, teima em brigar com ele pelas mínimas coisas. Eles chamam isso de amor. - falo, lágrimas presas junto ao bolo da garganta. - Estou com medo porque depois de um tempo, a tal mulher me disse que não achava o amor a parte mais importante de um relacionamento. - pauso. Há desespero em meus olhos, e eu procuro pelos seus, esperando que entenda minha tristeza, meu medo. - Eles estão há tanto tempo junto, e vangloriam-se por terem se suportado durante tudo isso. É isso que chamam de amor hoje em dia? Um olhar vazio de quem só recebe palavras rudes, tentativas falhas de pôr romance em sua relação materialista? É passar todo ano pela mesma data e comemorar por arquivarem mais um ano de convivência? Onde que o amor foi parar nessa história toda? Pensar nisso me deixa tão, mas tão aterrorizada. É esse o romance moderno? É essa a minha sina? Eu fico com tanto medo de, no final, eu e você ficarmos assim. De um dia, quando tivermos quarenta anos, você estiver com nossa filha na piscina e hesitar antes de confirmar que, sim, me ama de verdade. Eu não quero isso. E meu coração jovem e apaixonado grita, faz escândalo, porque tem certeza que isso não vai acontecer. Porque o que sinto por você é tão intenso, forte; é duradouro. Na descrição do nosso amor tá escrito que é pra vida toda. Mas será que não foi assim que eles começaram? Que eles também não leram as letras miúdas dessa embalagem de sentimentos? E fomos nós que esquecemos de olhar a data de validade? Será que todas as juras genuínas de amor que fazemos foram um dia feitas por eles? Será que a única forma de morrer te amando, será morrendo jovem? Talvez seja por isso que Romeu e Julieta morreram tão cedo, porque Shakespeare sabia que a beleza trágica desse amor sumiria com os anos.

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