domingo, 6 de setembro de 2015

Crônica (10) - Luna

Há milênios atrás, Scamander veio com um quadro para o blog chamado Crônicas que, como o próprio nome já diz, é sobre crônicas. Atualmente, não há registros sobre tal façanha, porém asseguro-lhes que eU VOLTEI VADIASSSS. Não, eu não fui para nenhum lugar. Mas me bateu uma saudade de escrever crônicas esses últimos dias.. então, here ya go. Ela é bem curtinha e breve, mas eu adorei escrever.




Ela tem esse sorriso largo e o maxilar anguloso. Usa meias até os joelhos, saias plissadas e suéteres largos. Gosta de amarrar os cabelos num coque e andar por aí na ponta dos pés. Sua voz é a poesia do eu lírico para seu amado, sua boca é doce como o mel da colméia e às vezes ela gosta de ser a abelha rainha. Ouve clássicos de jazz, e músicas chicletes do novo século. Quando está animada, ela chega perto de você aos pulinhos e sussurra, "vamos festejar como se fosse a virada de 99". É apaixonada por estrelas dos Anos Dourados; Elvis, Audrey, Marilyn, Molly, Judy, ela saberia falar sobre eles por horas. Ela pensa como Aristóteles, dramatiza como Shakespeare e sonha de um jeito só seu. Na ponta dos pés, ela corre até você com suas meias até os joelhos, pula em seu colo e você sabe o que ela quer. Vocês se beijam e ela morde do queixo fino até sua clavícula. Lana já ousou cantar sobre ela, um dia. Com cabelos longos, presos, curtos ou coloridos; ela gosta de seu estilo próprio. As maçãs do rosto proeminentes, manchadas com pó escuro e sombreada pelos cílios longos. Por trás de seu sorriso angelical, ninguém acreditaria nos delitos de sua ficha criminal. Até porque ela nunca foi pega. Já andou pela ruas de Nova York, Tóquio, Madrid e Xangai. Não sabe nenhum outro idioma, mas também, com toda sua beleza, não é preciso que fale. Ela tem aquele brilho nos olhos capaz de iluminar uma galáxia inteira, ela é seu próprio sol. Você jura que Febo desceu a terra apenas para aprender alguns de seus truques. Quando ela partir haverá aquele sentimento de vazio, sem os olhos brilhantes e as meias até os joelhos. Sem as pontas dos pés e a sombra nas bochechas. Apenas a doce memória de que um dia ela já foi sua. Porque, você sabe, você não pode pedir que ela fique. Seu espírito é grande demais para ser acorrentado a uma pessoa só. Mas talvez, só talvez, ela já esteja presa.

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