segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Once upon a Mary Sue - Luna.

Mary Sue. Nome familiar, não? Nem adianta negar ou abaixar a cabeça, nós todos aqui sabemos que você já criou uma dessas para sua história. Da perfeitinha a fuck everybody, uma delas já passou pelo seu currículo, amizade, supere. Ainda acha que não? Mmh, dê uma olhada aqui embaixo, então, porque minha missão nesse post é detectar Mary Sues alheias em nossas histórias.


Uma das mais famosinhas e mais doce que jiló (whata?), geralmente a melhor amiga, super-gentil e fofinha e delicadinha e apaixonadinha e quantos inhas mais você quiser colocar. Você sabe que essa é a amiga para sempre que vai ficar com o parsa do principal. É despirocada e geralmente é ruiva, mas como estamos tomando ruivo o novo preto das personagens principais, essa pode ter a pele pálida como neve ou olhos cristalinos como a do riacho lá da esquina. Eeenfim, você sempre vai encontrá-la em fanfics. Na minha, na sua, na do teu irmão... todo escritor iniciante já usou essa simpatia como a alegria das fanfics.


Rebelde sem causa, team nicotina que é ignorada pelos pais. Pobre coitada, outra Mary Sue?! Geralmente, elas tem um passado obscuro e vez ou outra bebem para afogar as mágoas. Se fecharam para o mundo, mas ironicamente, tem aquela melhor amiga que consegue quebrar todas as barreiras de seu coração. Até ai tudo bem. Ok, chega a ser aceitável. Mas oh, aquele perfect boy chega e destrói todas as suas barreiras, faz com que ela seja sociável, pára seu vício e até faz aquela relação mãe/pai/filha voltar ao normal. Oh, que história linda :3 Nadando nas lágrimas da ilusão aqui, porque né.


Óculos fundo de garrafa, cabelos ruivos e calças largas. Mmh, onde essa equação fará de você a rainha do baile e detonadora de corações cinco capítulos depois, desculpe? Estou meio perdida aqui, sabe, preciso de um momento para pensar... oops. Gente, quero aqui que vocês conheçam uma velha amiga minha, também conhecida como realidade. Tenho uma amiga que costuma dizer que toda história tem um fundo de verdade, então tá, acreditando que isso já deve ter acontecido em algum lugar fora das paredes de Hollywood, te desafio a ir para a nova escola com seu moletom largo, cabelos revoltos e óculos fundo de garrafa e prender a atenção do fucking hot do colégio. Não conseguiu? Por que será, né? Eu não tenho problema se você quiser escrever algo assim, sério, mas deixe eu adivinhar: sua nova ideia é a personagem chegar em sala, chamar a atenção de todos, corar, encontrar a melhor amiga para sempre e, por causa de um trabalho de química, tornar-se o crush do atleta fodedor da escola? Poxa, era uma ideia tão boa!


Assassina a sangue frio, a melhor na empresa em que trabalha e com um caso com aquele cara. Claro, quem nunca? Tem um passado obscuro onde era maltratada pelos pais e/ou perdeu um ente querido e, às vezes, no melhor dos casos, por causa de uma decepção amorosa tornou-se assim. Irônica, sarcástica e cética, é caçada por toda CIA, SWAT, FBI e até pela tia da cantina por causa daquele fiado que pediu em 1997, tem como missão matar o cara, benfeitor e agente de ouro, que por acaso tem a ver com aquele seu passado misterioso e oops, tenho que parar de falar porque senão darei spoilers daquela história que você certamente acompanhou, não? 

Mary Sues entram e saem das nossas vidas (e certamente há mais do que eu citei), o importante para mim não é evitar que elas estejam aqui e sim transformá-las em algo a mais. Eu já devo ter escrito quinhentas histórias assim e, certamente, leio várias, mas sabe o que diferencia àquelas histórias que eu acompanhava e escrevia no passado das que eu leio hoje? Enredo. Se você quiser escrever sobre aquela assassina de aluguel, escreva. Faça dela um dos principais alvos da CIA, eu realmente não me importo contanto (grifa, destaca, coloca em neon, quota) que você saiba evitar que sua personagem se transforme numa Mary Sue. Sim, eu gosto de ler aquele mistério onde nós temos que pensar que cada atitude da garota é consequência de algo que aconteceu em seu passado, contanto que não seja aquela decepção amorosa com o cara que, adivinhem, está caçando-a agora.
Moral desse post: O mais importante não é evitar Mary Sues, e sim o enredo que as deixam assim. Mude uma coisa e você já ganhará créditos, acredite. Por enquanto, as pessoas ainda leem muitas dessas histórias, mas a verdade é que isso está se tornando tão repetitivo e clichê que aos poucos cada vez mais pessoas estão aderindo a campanha de não-às-Mary-Sues.
É isso, eu acho. Desculpem qualquer coisa e se insultei alguém aqui de alguma forma, me comunique por comentário e desde já deixo minhas sinceras desculpas, a única intenção que aqui tenho é tentar ajudá-los.
xx Luna.

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