'Ello, todo mundo! Primeira crônica de 2015, olá! Estava com essa ideia há algum tempo, mas não sabia como escrevê-la e bem, deu nisso. Não sou muito boa com ones, mas eu particularmente adoro escrever crônicas, especialmente na segunda pessoa - talvez tenha lido muitos imagines (carrot, cof cof), mas só talvez. Espero que gostem e whatever, vou tentar resenhar o primeiro capítulo de Faking It logo.
xx Luna.
Sua primeira paixão fora uma bolsa Prada. Fútil, talvez?
Vaidosa, com certeza. Filha de uma dona de casa e um músico frustrado, você
achava que merecia aquele tipo de mimo.
Logo, vieram os sapatos MiuMiu. Céus, como você lutou para comprá-los.
Triste foi quando você descobriu que eles eram da estação passada, mas para você
realmente não importava. Colocou-os em cima de um travesseiro e admirou-os por
horas, esperando pelo momento em que eles, no futuro, seriam edição de
colecionador e você pudesse vendê-los num leilão por algo mais novo.
E então vieram as preciosas alpagartas. Foram uma febre. Você
não conseguia vê-las sem comprar pelo menos um par. Não importavam para você se
já tinham saído de moda ou se eram hippies demais para o mundo fashion, você
estava obcecada por aqueles sapatos. Completa decepção foi a sua ao encontrar aquela vagabunda calçando um par
parecido com o seu.
Tratou de se desapaixonar logo.
Dessa vez por óculos Gucci. Chegava a ficar sem comprar o
almoço, juntando dinheiro para aquelas belezinhas. Sua mãe chegou a forçá-la a
gastar porque você estava simplesmente enlouquecendo por um par
de óculos. Mas para você, não era um par de óculos, eram um par de óculos Gucci.
Perguntaram-na onde estava com a cabeça várias vezes. Você
chegou a responder que em lojas Chanel, nos tecidos caros importados da Índia ou
até naquela nova coleção de perfumes assinados pela Aguilera. Teve até uma vez
que você viajava só pensando naquela boyband febre, mas foi passageiro. Seu
negócio mesmo eram aqueles brincos novos da Dior ou as luvas da Burberry.
Disseram-na para se tratar. Oh, você se tratava. Starbucks
também era febre aquela época, então você se alimentava constantemente com
aquelas donuts e, vez ou outra, com as fofocas que as atendentes espalhavam
sobre as celebridades do momento.
Sua vida estava maravilhosa, quem dissesse o contrário estava
com inveja. Para uma garota que nascera num subúrbio, comprar uma casa próximo
ao centro com três quartos e uma suíte era algo bom demais, não? E aqueles que
lhe diziam que aquela era uma casa muito grande e que você deveria procurar
alguém para dividir o que chamariam de lar (ew) eram os mesmos que estavam
condenados a viver o resto de sua vida com maridos bêbados e mulheres
plastificadas.
Você estava muito bem sozinha. Sozinha não: autossuficiente.
Foi então que, comprando aquela nova coleção da Chanel, você
encontrou-o. Topete rebelde, tórax exposto e camisa desabotoada. Aparentava ter
mais de vinte, então você foi lá e sorriu para ele. Mentes estreitas julgariam
uma mulher mais velha que o parceiro, mas você pensou que, pela primeira vez, talvez
não ligasse tanto paras rótulos.
Até que descobriu que aquela era o filho de seu chefe. Puta
merda, filho. Se seu chefe tinha
trinta e nove, aquele menino tinha dezessete anos. Dezessete. Você não era uma aproveitadora, afinal, por que não o mandava
embora?
Mas logo, estava indo buscá-lo no colégio e deixando que ele
sujasse sua bolsa Chanel com as mãos melecadas de ketchup enquanto paravam num McDonald’s
qualquer e ele ria de seu desespero por causa do Candy Crush. Ele tinha
dezessete, mas era esperto. E fazia com que você se sentisse livre. Livre de
tal forma que quando aqueles sapatos MiuMiu voltaram para as passarelas, você
pensou que talvez não se importasse tanto com aquilo, porque talvez, só talvez
e pela primeira vez, você não precisasse se apaixonar por coisas materiais.
Porque você tinha achado alguém, com toda a sua maturidade
precária e anos a menos, seus cabelos despenteados e cantadas fajutas, festas
sexta-feira à noite e amigos sexualmente frustrados. Alguém bem real,
inclusive. E para você, aquilo soava melhor que aquela bolsa Prada já antiga.
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