
i. eu espero pelo dia em que poderei dizer que amá-la foi a melhor e pior decisão que tomei em minha vida. porque hoje, tudo que posso dizer é que amo-a e que foi a melhor e pior decisão da minha vida. não é porque não gosto do sentimento; como já disse, foi a melhor decisão que tomei. mas você não compartilha mais dele comigo (a pior decisão).
ii. você se foi e a gente acabou, mas coração burro não entende isso e ainda suspira o teu nome para ventos gastos de tanto ouvir sobre você. sobre teus olhos escuros e a curva de sua cintura, sobre minha memória que é tua e ultimamente não se recorda mais de quem é ti. porque, verdadeiramente, eu nunca soube quem era você. 2 meses não são suficientes para conhecer alguém; e, ah, eu queria tanto ter te conhecido.
(e eu torcia pela gente, sabe?)
iii. eu sabia que você gostava de andar nua e de ser chamada de bebê, que te traziam café na cama e que você gostava de ser mimada, que gostava de ser quem abraça; e embora naquela época eu não gostasse de ser abraçada, eu sinto que fui mudando por você. infelizmente, cê não tá aqui pra ver essa mudança.
(hoje em dia eu gosto de conchinha, de conversa suja, de opiniões desconstruídas.)
iv. talvez essa seja uma parte de ti que peguei pra mim, a qual esse coração tolo agarra-se desesperadamente, amando feito doido, com medo de te deixar ir. seria certo dizer então que a parte de ti que agora é minha e é amada por mim é uma flor de amor próprio a desabrochar? hoje eu amo você em mim, então isso seria dizer que me amo e me amo por causa de ti? você, com toda tua bagagem, tua tristeza e teu amor, me deu a felicidade que nem sabia como ter pra ti? será que se eu te disser isso, você é capaz de fazer um auto-ensinamento e se ensinar amor próprio? porque você me ensinou a amar, a mim e a você e a mim e a você até o ponto onde eu já não sei distinguir a nossa diferença dentro de mim. e você não tá aqui pra ver isso.
v. eu sinto que foi tarde demais; eu te tive e não te valorizei, não corri atrás o suficiente e te deixei ir embora, aos poucos, até que não te tinha mais e tudo que fiz foi dizer adeus. eu só vim a perceber que te amava te desejava te precisava de você uma vez que cê foi embora, e você não tá aqui pra ver isso.
vi. eu queria poder te amar, sabe? mutuamente. porque amor sozinho é duro. dói. é muito amor pra um só peito, e também era mais divertido quando a gente dividia desse sentimento juntas.
vii. hoje em dia cê deve tá amando outra pessoa e eu ainda to aqui presa nessa teia de amor que cê teceu e eu me prendi com vontade. hoje em dia essa teia faz parte de mim, e eu devo ser a própria aranha. cê conseguiu se soltar, mas eu to aqui, enrolada, amada, doida por ti. eu só penso em ti só lembro de ti queria sentir seu cheiro. mas você não tá mais aqui, eu não esqueci.
viii. você não tá mais aqui é aterrorizante, mas a ideia de eu também sair de onde eu tô deve ser terrível pra esse coração idiota que se agarra as memórias mal construídas, e ao pouco conhecimento que eu tinha de ti, e vai traçando mais teia sozinho porque você não tá mais aqui e você não vai ver isso.
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