quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Crônica (3) - Luna

Eu + Músicas Tristes =


 
 
Dizer adeus será a pior coisa que eu farei em minha vida. Eu juro, não queria isso. Nunca quis. Você também não. E eu sinto muito. Muito mesmo. Não queria ter que abandoná-lo, Dean. Eu te amo, muito.
E sei que esse não é o melhor para nós, pelo menos não por agora, mas é melhor para as pessoas ao nosso redor, e você me conhece, D., eu não sou capaz de ver ninguém sofrer. Sei que você sofrerá, mas saiba que eu estou sofrendo tanto quanto. Até mais. Porque fui eu a dar esse passo. Você sabe o quanto eu me odeio por isso, não é? Não queria ter que dizer adeus, tampouco por uma carta. Mas, Dean, querido, deixe-me ser egoísta pelo menos por um momento e evitar sentir a dor que seria olhá-lo nos olhos enquanto digo essas palavras.
Eu sei, poderia ter escolhido qualquer outra situação para ser egoísta. É isso que você está pensando, provavelmente. Mas Dean, pense que esse é o menor dos atos de egoísmo que eu poderia cometer. Por favor, querido, me perdoe. Eu sinto tanto. Não queria ter feito isso. Não com você. Não com nós. Mas foi necessário. Por sua família, pela minha, por nossos amigos, pelas pessoas que nos cercam... nenhum deles estava bem com nossa reaproximação. E se nós éramos os únicos... por favor, Dean, apenas me perdoe.
Eu te amo tanto. E estou chorando aqui pela estupidez que vou fazer conosco, mas, entenda, era o melhor para todos. Não é fácil para mim. Nem para você, eu sei. Apenas entenda que era o melhor para todos. Como disse, é a questão da convivência. E eu te peço que não me procure porque, Dean, querido, porque não terei forças para continuar disfarçando aos meus pais que estou bem.
Marie provavelmente vai perceber, e Chloe tentará me animar, e nenhuma delas estará realmente me entendendo como você, o que será apenas mais um dos milhões de motivos para que eu queira voltar correndo para seus braços, mas Dean... não me peça para dizer que foi necessário novamente.
Nós tínhamos planos, eu entendo. E nós já estávamos economizando para podermos realizar tudo o que sonhamos, uma vez, juntos. E eu prometo. D., farei todos os que conseguir. Por nós. Mas é só. Entenda, não consigo seguir com isso.
Está sendo difícil para mim escrever mais, como será quando eu acordar e perceber que não vou ter você ao meu lado? Ah, Dean, meu amor, eu me odeio tanto! E odeio todos eles. Só... não os culpe, ok? Acabe com eles, mas comigo também, porque, D., eu poderia ter feito qualquer coisa e estou erguendo a toalha porque não aguento mais.
Sou uma covarde, não precisa me lembrar. E não vou conseguir apagar seu número ou suas mensagens do meu celular, nem conseguirei me livrar de seus presentes escondidos nas tábuas soltas do chão do meu quarto para que minha mãe não os jogue fora, mas, Dean, deixe-me livrá-lo disso; desse sofrimento que é conviver comigo, dessa história infernal que me atormenta. De tudo.
Desculpe. Mesmo.
Para o maior e o melhor.
- Cher.

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